18 de maio de 2008

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) afeta cerca de um bilhão de pessoas no mundo.
No Brasil não existe um estudo de âmbito nacional; no entanto, estudos de base populacional foram realizados em diferentes municípios. Dada a alta prevalência bem como a morbidade e mortalidade cardiovascular associada, a HAS constitui-se em problema de saúde pública, determinando que seu tratamento e controle sejam definidos como uma das prioridades das políticas de saúde no Brasil. O controle inadequado da PA contribui para os baixos níveis de redução das taxas de doença cardiovascular observados. Apesar da conscientização dos indivíduos quanto à hipertensão ser cada vez maior, o controle é muito pequeno. Nos Estados Unidos, entre 1976 e 1980, 51% dos indivíduos hipertensos sabiam de sua condição; no entanto, 31% estavam sob tratamento e somente 10% tinham a pressão controlada. Nos últimos anos houve avanços. Entre 1999 e 2000, 70% sabiam ser hipertensos, 59% estavam em tratamento e somente 34% tinham sua pressão abaixo de 140/90 mmHg.
A partir dos dados anteriormente citados, pode-se supor que a situação no Brasil não é diferente no que se refere ao controle da pressão arterial. Entre os motivos de controle insuficiente da hipertensão, encontra-se a baixa adesão ao tratamento, muitas vezes relacionada à ocorrência de eventos adversos (EA). Assim, conhecer a incidência de eventos adversos relacionados aos anti-hipertensivos e sua influência na adesão ao tratamento permite planejar abordagens terapêuticas mais efetivas em relação à obtenção de controle adequado da pressão arterial.
EA são quaisquer ocorrências durante o tratamento com produtos farmacêuticos, mesmo sem relação causal definida. Incluem as reações adversas a medicamentos (RAM), definidas como respostas nocivas e não-desejadas ao fármaco, as quais ocorrem com doses normalmente usadas em humanos para profilaxia, diagnóstico ou terapia de doenças ou para a modificação de funções fisiológicas. A quantificação da ocorrência de EA é feita durante a realização de ensaios clínicos para avaliar a eficácia e a segurança do fármaco em desenvolvimento ou por meio de estudos observacionais, na fase de comercialização dos medicamentos. Embora a ocorrência de EA seja considerada uma importante razão para baixa adesão entre os pacientes que recebem medicamentos anti-hipertensivos, parece haver dificuldade por parte dos médicos em relação à identificação e à notificação de eventos e reações adversas a medicamentos. Um problema comum em estudos que avaliam EA relacionados ao tratamento anti-hipertensivo é a variedade e a subjetividade das queixas, as quais também são freqüentemente relatadas por indivíduos normotensos sem uso de medicamentos.
Em artigo de revisão, Coyne et al. identificaram grande variedade de sintomas e nove diferentes questionários para acessar essas informações, não encontrando relação entre os diferentes grupos de anti-hipertensivos e sintomas ou EA (distúrbios no sono, função sexual, função cognitiva). Nos estudos observacionais são utilizadas a avaliação retrospectiva de registros médicos, entrevistas com pacientes, aplicação de questionários por telefone ou correspondência via correio. As perguntas podem ser abertas ou estarem baseadas em uma lista predeterminada de potenciais EA é grande a variabilidade tanto de EA relacionados aos antihipertensivos quanto de métodos de aferição e quantificação. Os EA podem comprometer o resultado terapêutico objetivado, além de serem responsáveis por demanda de atendimento em saúde e queda da qualidade de vida, sendo importante também conhecer o problema na prática assistencial de avaliação e tratamento de hipertensão arterial sistêmica.

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